2006-10-08

Orfeão de Vila Praia de Âncora aceita convite da Orquestra do Norte para apresentar em conjunto a Cantata Cénica CARMINA BURANA

O maestro José Ferreira Lobo acaba de convidar o Orfeão de Vila Praia de Âncora para reapresentar em conjunto com a Orquestra do Norte a cantata cénica CARMINA BURANA, de Carl Orff, desta vez na cidade do Porto, no Instituto Superior de Engenharia do Porto, no próximo dia 20.10.2006.

Esta parceria entre o Orfeão e a Orquestra do Norte já vem de alguns anos atrás e envolveu, nomeadamente, a apresentação desta Cantata no ano de 2004 nas cidades de Braga e Mirandela e a realização de Concertos de Natal em Caminha, Vila Praia de Âncora e Amarante.

Os ensaios estão a correr em bom ritmo e são muitos os antigos orfeonistas que responderam afirmativamente à chamada para reforçarem os naipes do Orfeão. Os ensaios estão a ser dirigidos pelo maestro Francisco Presa, coadjuvado a nível de preparação vocal pela orfeonista e terapeuta da fala Vanessa Leitão.

Francisco Presa, maestro do Orfeão, mostra-se muito satisfeito pelo facto dos orfeonistas terem aderido entusiásticamente a este convite da Orquestra do Norte e o decorrer dos ensaios confirma que tudo estará em forma no dia da apresentação.

Programa da Cantata Carmina Burana

Fortuna Imperatrix Mundi
O Fortuna
Fortune plango vulnera
I. Primo vere
Veris leta fácies
Omnia sol temperat
Ecce gratum
Uf dem anger
Tanz (instrumental)
Floret silva nobilis
Chramer, gip die varwe mir
Reie
Were diu werlt alle min
II. In Taberna
Estatuans interius
Olim lacus colueram
Ego sum abbas
In taberna quando sumus
III. Cour d’amours
Amor volat undique
Dies, nox et omnia
Stetit pulla
Circa mea pectora
Si puer cum puellula
Veni, veni, venias
In truitina
Tempus est iocundum
Dulcissime
Blanziflor et Helena
Ave formosissima
Fortuna Imperatrix Mundi
O Fortuna

Cantata Carmina Burana - algumas notas

Um volume de cerca de 200 poemas e canções medievais foi encontrado na Abadia de Benediktbeuern, na Bavária Superior, durante a secularização de 1803. Tratava-se de poemas dos monges e eruditos errantes (os goliardos), em latim medieval, no médio alto alemão vernacular, e com vestígios de frâncico.
A colecção foi publicada em 1847 pelo especialista bavariano em dialectos Johann Schmeller, sob o título de “Carmina Burana” (coorespondente a uma expressão do latim que significa “canções de (Benedikt)beuern”, revelando-se numa das mais importantes fontes conhecidas para o estudo da poesia latina secular do final da Idade Média, desde logo por conter reportório referente ao final do século XI e aos séculos XII e XIII.
Carl Orff, descendente de uma antiga família de eruditos e soldados de Munique, deparou-se com este codex de poesia medieval e logo tratou de arranjar alguns dos poemas num “happening”: canções seculares (não religiosas), para solistas e coros, acompanhadas de instrumentos e imagens mágicas.
A obra, representada com grande êxito em Francoforte do Reno, em 1937 depressa se tornou popular em toda a Alemanha, correspondendo, na sua habilidosa concepção de apelo directo às camadas populares, aos princípios estéticos propugnados pelo III Reich.
Esta cantata é, no entanto, emoldurada por um símbolo da Antiguidade: o conceito da roda da fortuna, eternamente girando, trazendo alternadamente boa e má sorte, correspondendo a uma parábola da vida humana, exposta a constante mudança.
E, assim, o apelo em coral à Deusa da Fortuna (“O Fortuna, velut luna”) tanto introduz quanto conclui a obra, que se divide em três secções: o encontro do Homem com a Natureza, particularmente com a Natureza despertando na Primavera (“veris leta facies”); o encontro do Homem com os donos da Natureza, culminando com o dom do vinho (“In taberna”); e o encontro do Homem com o Amor (“amor volat undique”).

Orquestra do Norte

A Orquestra do Norte concretiza, desde 1992, o projecto de descentralização da cultura musical, apresentado pela Associação Norte Cultural, vencedora do primeiro concurso nacional para a criação de orquestras regionais, instituído nesse mesmo ano pelo Estado Português.
Iniciadora de um trabalho verdadeiramente pioneiro e inédito, esta orquestra tem vindo a afirmar-se no panorama da música erudita, realizando os seus concertos de norte a sul de Portugal e também noutros países, como é o caso da Espanha e da França.
A Orquestra do Norte integra profissionais de reconhecido mérito e tem, habitualmente, a colaboração de prestigiados maestros, solistas e coros nacionais e estrangeiros, que permitem a interpretação de um reportório variado, que inclui concertos sinfónicos, didáctico-pedagógicos, ópera, música de bailado e música de câmara.
Ao longo dos catorze anos de actividade, realizou mais de dois mil concertos com uma assistência média de cinquenta mil espectadores/ano, o que revela a sua capacidade de resposta aos diferentes tipos de público e o especial cuidado com a formação dos jovens, através dos concertos pedagógicos, orientados e executados numa perspectiva didáctica. A Orquestra do Norte conta com o apoio do Ministério da Cultura e do Instituto Superior de Engenharia do Porto e tem colaborado com setenta e uma autarquias, bem como fundações, empresas patrocinadoras e diversas instituições culturais, como o Orfeão de Vila Praia de Âncora.
O maestro titular e director musical é, desde a sua fundação, José Ferreira Lobo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu carissimos amigos du Orfeao de Ancora Praia; estava a fazer zaping na Red e de pronto olhei vossa linda pagina e ca estou agora, aproveitando a ocaçao para enviar a todos voces um forte e fraterno abraço desta Minhota - Argentina que sempre recorda a vos com afecto. *FELIZ NATAL* Beijinhos
Hilaria Dantas - Patagonia Argentina