2008-03-24

"50 anos em prol da música e da cultura". sessão solene.





ARRANCARAM COM UM SESSÃO SOLENE AS COMEMORAÇÕES DO 50º ANIVERSÁRIO DO ORFEÃO

CÂMARA GARANTE 200.000€ PARA OBRAS NA SEDE


Durante um ano, o Orfeão de Vila Praia de Âncora vai assinalar mensalmente com diversas actividades os 50 Anos da sua fundação. As celebrações iniciaram-se no passado dia 17 com uma sessão solene de homenagem aos maestros e sócios fundadores e um jantar convívio nas instalações da Ancorensis Cooperativa de Ensino.


"Generosidade e empenhamento pessoal" foram duas das principais motivações de todos aqueles que ao longo de 50 Anos deram o seu contributo a esta instituição, de modo a que chegasse aos dias de hoje "cheia de vitalidade", segundo destacou Manuel Amial, presidente da Direcção, no decorrer da abertura das comemorações.


A cerimónia foi precedida de uma curta actuação do Orfeão no hall de entrada da escola, interpretando três peças, incluindo o tema "Vila Praia de Âncora", cuja letra e música pertencem a um ex-maestro - Francisco Sampaio.


Manuel Amial leu algumas mensagens de membros da comissão de honra do Aniversário que não puderam estar presentes, casos de Veiga Simão e Coimbra Martins, agradeceu a colaboração dos artistas ancorenses Paulo Barreto e João Carvalho, autores, respectivamente, do logótipo e do cartaz das Comemorações e anunciou para o dia 14 de Agosto um megajantar de confraternização que permita a presença de todos os antigos orfeonistas que se encontrem de férias na vila nessa época.


Este arranque das celebrações permitiu o reencontro de velhos conhecidos, recordando episódios vividos em conjunto, merecendo destaque a entrega de placas e diplomas aos fundadores e maestros ou aos seus familiares.
"FOI UMA AVENTURA TER IDO BATER À PORTA DO PADRE LIMA"

Alírio Rego, fundador do Orfeão, após receber a sua placa, sublinhou que o Orfeão "fez parte integrante da minha vida", tendo agradecido a homenagem "em nome dos que já não puderam estar presentes", numa alusão aos demais fundadores já falecidos (Alfredo Mourão, Venceslau Fernandes, Leones Miranda e padre José Lima) dado que do grupo que se reuniu numa mesa do Café Central a 17 de Março de 1958 daí saindo a ideia de ir falar nessa mesma noite com o padre Lima para criar um orfeão, apenas ele e Luís Mourão se encontravam no auditório da Ancorensis.

Igualmente foi saudada com efusiva salva de palmas a mensagem enviada por Laurentino Dias, sobrinho de Laurentino Monteiro -o maestro que substituiu o padre José Lima quando este deixou a paróquia e foi para Vila do Conde-, destacando-se a determinado ponto da sua missiva o seu reconhecimento ao orfeão, "…em que cada um entrega o melhor de si para colher o melhor da comunidade".



Coube a Francisco Sampaio, ex-maestro e actual presidente da assembleia geral, fazer uma retrospectiva destas cinco décadas de vida da colectividade ancorense.
Recordou diversos episódios, começando pela acolhida favorável que a criação do Orfeão recebeu nessa vila logo que publicitada, tendo aparecido 150 voluntários dispostos a fazerem testes de voz, dos quais foram apurados 60, até à primeira actuação a 1 de Novembro de 1958, no palco do Cine-teatro dos Bombeiros Voluntários.
A criação de cursos de francês, da escola de música (iniciada pelo padre Lima e prosseguida por Cesário Lagido) e da de teatro bem como a secção de danças e cantares, a instalação da Biblioteca fixa da Gulbenkian, realização de Jogos Florais (os primeiros em 1967 com o escritor Raul Brandão como referência), edição de um boletim, actuação no Festival de Vilar de Mouros em 1971, gravações para a Emissora Nacional, organização do 1º Encontro de Coros do Norte e deslocação a França em 1978, em que pela primeira vez, os gigantones e cabeçudos do Alto Minho desfilaram por Paris, transportados pelos componentes do Orfeão, sendo deveras enfatizado impacto que a sua presença teve nesse país e a recepção proporcionada pelo então embaixador Coimbra Martins, foram alguns dos pontos salientes da vida desta associação, a par das vicissitudes das mudanças da sua sede.


TRÊS PRENDAS


Será público o acto de adjudicação da empreitada de readaptação do edifício da antiga Escola do Viso e que vem funcionando como sede do Orfeão, anunciou a presidente da Câmara no decorrer desta sessão.

Júlia Paula reconheceu ter recebido "várias missivas" ao longo dos seis anos que se vem mantendo à frente do município, todas no sentido de conseguir um espaço condizente com o historial e as necessidades do Orfeão, podendo agora assegurar que a obra completa do imóvel irá mesmo para a frente, prevendo um investimento de 200.000€, devendo ser estabelecida uma parceria com a Junta de modo a que esta autarquia acompanhe os trabalhos.


A esta "cereja em cima do bolo" do aniversário do Orfeão e que deverá incluir a programação dos festejos, Júlia Paula adicionou uma homenagem no decorrer das cerimónias da atribuição do Foral a Caminha em 24 de Julho próximo (uma proposta do vereador da cultura Paulo Pereira, sublinhou), bem como a deslocação do Orfeão a Pontault-Combault aquando das comemorações dos 30 Anos de geminação com essa cidade francesa que decorrerão este ano, repetindo-se dessa forma a presença dos coralistas que também apadrinharam o estabelecimento deste relacionamento com o concelho de Caminha em 1978.

"Inclino-me perante a actividade deste Orfeão", referiu Júlia Paula na sua intervenção, em que aproveitou para apelar aos jovens para que "participem" no movimento associativo, no caso, no Orfeão de Vila Praia de Âncora.

"OBRIGAÇÃO DE HONRAR E MANTER ESTE LEGADO"

A autarca aproveitara a presença de Pita Guerreiro, governador civil do distrito em representação do ministro da Cultura, para lhe solicitar apoio na obra de recuperação da antiga escola, contudo, apenas conseguiu que este prometesse "alertar" o ministério para o pedido apresentado por ela -a despeito dos constrangimentos financeiros, realçou-, dado que os governos civis, actualmente, apenas podem dispor de verbas de apoio na área da protecção civil.
Não deixou de destacar, no entanto, que ao longo dos 17 anos em que se manteve à frente da Câmara de Caminha, "sempre apoiei o Orfeão", asseverou o governador civil.

No entanto, Pita Guerreiro deixou como prenda de aniversário uma placa alusiva à efeméride e como estímulo à actividade da colectividade, disse ser "fácil constituir uma associação, o difícil é encontrar pessoas para a sua direcção e que a mantenha activa durante 50 anos", como sucedeu com este orfeão.


1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns ao Orfeão pelas prendas recebidas.
A sessão solene foi uma cerimónia muito bonita, muito bem organizada e honrou o Orfeão de Vila Praia de Âncora.
Associo-me à comemoração das Bodas de Ouro e felicito vivamente os seus orfeonistas, directores, corpos sociais, fundadores e em geral toda a sua massa associativa.
Continuem com o vosso excelente trabalho!